Poeticidade e estesia: narrativas linguageiras em contextos acontecedores da educação infantil
Resumo
O artigo apresenta reflexões conceituais sobre narrativas linguageiras entre crianças pequenas e sua professora em contextos acontecedores, coletivos e educativos, de pré-escolas públicas paulistas. O estudo resulta de investigação sobre a poeticidade das linguagens estéticas e artísticas da educação infantil e a relação formativa entre docência e pesquisa com crianças. Utilizando metodologia participativa, com registros em caderno de campo, são destacados os processos de constituição da professora pesquisadora na escuta das crianças e as autorias brincantes, analisadas com base nos estudos sociais da infância, como a Pedagogia e a Filosofia, em interface com as Artes. Entre as análises, ressaltam-se as materialidades como possibilidades inventivas e a problematização das brincadeiras, narrativas e produções das crianças e da professora, para evidenciar o caráter lúdico das linguagens e os contextos acontecedores como próprios de narrativas linguageiras, num brincar telúrico de poeticidade e estesia.
Downloads
Referências
AIRES, J. O brinquedo e a imaginação da terra: um estudo das brincadeiras do chão e suas interações com o elemento fogo. 2013. 138 f. Dissertação (Mestrado em Ciência das Religiões) – Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, 2013.
ANDRÉ, M. Pesquisa, formação e prática docente. In: ANDRÉ, M. (Org.). O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. 10. ed. Campinas: Papirus, 2010, p. 55-69.
BACHELARD, G. A chama de uma vela. Rio de Janeiro: Bertrand, 1989.
BACHELARD, G. A dialética da duração. São Paulo: Ática, 1994.
BARROS, M. de. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1994.
BENJAMIN, W. Escritos sobre mito e linguagem. 2. ed. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2013.
BERLE, S. Infância e linguagem: educar os começos. 2013. 115 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Santa Cruz do Sul, 2013.
BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Secretaria de Educação Básica (SEB). Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais das crianças. Brasília: MEC/SEF, 2009.
DUARTE JUNIOR, J.-F. A montanha e o videogame: escritos sobre educação. Campinas: Papirus, 2010.
FARIA, A. L. G.; DEMARTINI, Z. B.; PRADO, P. D. (Orgs.). Por uma cultura da infância: metodologias de pesquisa com crianças. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2009.
FERREIRA-SANTOS, M.; ALMEIDA, R. Antropolíticas da educação. São Paulo: Képos, 2011.
GOETTEMS, M. B.; PRADO, P. D. Educação infantil, dança e teatro na formação em Pedagogia: caminhos possíveis para experiências corporais e artísticas. In: PRADO, P. D.; SOUZA, C. W. (Orgs.). Educação infantil, diversidade e arte. São Paulo: Laços, 2017. p. 137-157.
HUIZINGA, J. Homo ludens. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 2000.
LARROSA, J. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Tradução de João Wanderley Geraldi. Revista Brasileira de Educação, [online], p. 20-28, jan./ abr. 2002.
LARROSA, J. A operação ensaio: sobre o ensaiar e o ensaiar-se no pensamento, na escrita e na vida. Educação & Realidade. Porto Alegre, v. 29, n. 1, p. 27-48, jan./jul. 2004.
MACHADO, M. Merleau-Ponty & a educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. MARTINS FILHO; A. J.; PRADO, P. D. (Orgs.). Das pesquisas com crianças à complexidade da infância. Campinas: Autores Associados, 2011.
MATURANA, H. Emoções e linguagens na educação e na política. Belo Horizonte: UFMG, 2002.
MERLEAU-PONTY, M. O olho e o espírito. São Paulo: Cosac & Naify, 2014.
PAULA, B. B. Narrar, imaginar e se movimentar: um estudo sobre a “inseparabilidade linguageira entre corpo, imagem e palavra” na educação infantil. Série Iniciação Científica Feusp, Feusp, São Paulo, v. 6, 2010. 63 p.
PAULA, B. B. A poeticidade contida nas linguagens artísticas e estéticas da educação infantil: vamos “escutar a cor dos passarinhos fazendo o verbo delirar”? 2020. 211 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação (Feusp), Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020.
PIORSKI, G. Brinquedos do chão: a natureza, o imaginário e o brincar. São Paulo: Peirópolis, 2016.
PRADO, P. D. Por uma de pedagogia da educação infantil corpos inteiros. In: MELO, J. C.; CHAHINI, T. H. (Orgs.). Reflexões e práticas na formação continuada de professores da educação infantil. São Luís: EdUFMA, 2015, p. 205-219.
RICHTER, S. Experiência poética e linguagem plástica na infância. Educação e Arte, Santa Cruz do Sul, n. 1, p.1-16, 2007.
RICHTER, S. Educação, arte e infância: tensões filosóficas em torno do fenômeno poético. Revista Crítica Educativa, Sorocaba, SP, v. 2, n. 2, p. 90-106, jul./dez. 2016a.
RICHTER, S. Docência e formação cultural. In: BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Secretaria de Educação Básica (SEB). Ser docente na educação infantil: entre o ensinar a o aprender. Brasília: MEC/SEB, 2016b. p. 13-54. (Coleção Leitura e escrita na educação infantil, caderno 1; v. 2). Disponível em: <http://www.projetoleituraescrita.com.br/wp-content/uploads/2017/08/Caderno_1.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2021.
RODRIGUES, B. Corpocriação: um ensaio sobre a autoformação do corpo-mar. In: WILLMS, E.; BECCARI, M.; ALMEIDA, R. (Orgs.). Diálogos entre arte, cultura & educação. São Paulo: Feusp, 2019. p.133-161.
SAURA, S.; ECKSCHMIDT, S. Observar o brincar espontâneo de um menino: ou o que aprendi com os Guarani Mbya. In: WILLMS, E.; BECCARI, M.; ALMEIDA, R. (Orgs). Diálogos entre arte, cultura & educação. São Paulo: Feusp, 2019. p. 47-58.
SOARES, N.; SARMENTO, M.; TOMÁS, C. Investigação da infância e crianças como investigadoras: metodologias participativas dos mundos sociais das crianças. Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, SP, v. 12, n. 13, p. 49-64, jan./dez. 2005.
SOUZA, C. W.; PRADO, P. D. Dança e teatro na formação de professoras/es da educação infantil. In: PRADO, P. D.;
SOUZA, C. W. (Orgs.). Educação infantil, diversidade e arte. São Paulo: Laços, 2017. p. 109-136.
XAVIER, U. Mapas para dançar em muitos lugares. São Paulo: Patuá, 2014.
Copyright (c) 2021 Em Aberto
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A aceitação do texto implica automaticamente a cessão de seus direitos autorais ao Inep.
A revista Em Aberto adota a licença CC-BY.
A reprodução total ou parcial dos textos da revista é permitida desde que citada a fonte de publicação original e o link para a licença CC BY 4.0 e que sejam indicadas eventuais alterações no texto.
