A evasão nos cursos de licenciatura
onde está o desafio?
Resumo
Este trabalho discute o fenômeno da evasão dentro do contexto mais amplo das políticas de expansão e democratização da educação superior, em que o enfrentamento das causas da evasão tem sido justificado seja pelo aspecto econômico de redução do desperdício de recursos públicos, seja pela necessidade de melhoria da qualidade social das referidas políticas. Esse fenômeno é apresentado em sua complexidade, envolvendo questões políticas, econômicas, sociais e administrativas, mas também aspectos pedagógicos, psicológicos etc. A pesquisa de caráter quantitativo fez uso da base de Indicadores de Fluxo da Educação Superior disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a partir de 2017, que possibilitou a testagem de hipóteses sobre a taxa de desistência ou evasão de cursos. Entre os resultados dos testes, foi confirmado que as taxas de desistência ou evasão de curso (variável dependente) variaram de acordo com as variáveis independentes relativas à: organização acadêmica e dependência administrativa da instituição de educação superior (IES); modalidade de ensino, grau acadêmico e área de conhecimento do curso. Para o sistema nacional de educação superior, o trabalho comprovou que, em média, os cursos de licenciatura tiveram menor evasão que os cursos de bacharelado e tecnológicos. Foi comprovado ainda que, levando em conta apenas o segmento público, a evasão das licenciaturas pode ser considerada como um problema tanto para as IES públicas federais quanto para as estaduais. Por fim, também foi possível confirmar que a evasão foi, em média, maior nas licenciaturas em Matemática, Química e Física do que em Pedagogia, Geografia, Biologia, História e Línguas (Portuguesa e/ou Estrangeira).